a Casa de contratação foi um organismo criado pela monarquia espanhola em 1503, cuja principal finalidade foi a regulação do Comércio e a navegação entre Espanha e América; dotar os pilotos dos instrumentos e formação adequada e recolher dos mesmos toda a informação sobre as terras que iam descobrindo, a que posteriormente se plasmou em cartas geográficas.
a organização científica da casa de contratação, cujas sedes foram Sevilha e depois Cádiz, esteve sustentada nas figuras do piloto maior, o cosmógrafo e o catedrático de arte de navegação e cosmografia. O primeiro examinou e graduou os pilotos, e dele dependia a qualidade dos trabalhos da instituição. O segundo deles, o cosmógrafo, tinha a função de realizar cartas náuticas e instrumentos de navegação; além disso, fez parte dos tribunais examinadores de pilotos e estudou as relações que estes traziam de suas viagens, incorporando as novidades encontradas, se é que se consideravam confiáveis. O cargo de catedrático respondeu à necessidade de formar pilotos com um adequado conhecimento dos novos métodos de navegação.
a produção cartográfica da casa de contratação esteve baseada na contínua correção do padrão oficial, modelo oficial do mapa-múndi que se atualizou constantemente de acordo com as novas descobertas geográficas. Isso a fazia uma cartografia eminentemente empírica, para o uso quase exclusivo de navegadores e descobridores e de estrita confidencialidade. Por esta razão, embora tenha convertido a instituição no principal centro cartográfico da Europa, o seu trabalho não transcendeu o resto da sociedade.